quarta-feira, 9 de maio de 2007

Para inglês ver

Antigamente, era a Inglaterra a potência do mundo e ela e sua rainha fedida controlava os sete mares, mentes, ilusões e...lógico... nosso doce, inocente e babaca, Brasil.
De tudo se copiava os ingleses: as roupas, as leis, enfim, os costumes da cultura britânica. Até o chá das cinco era servido às quatro.
Por detrás deste comportamento omisso e submisso, um provável interesse? Certamente.
Mas é mais óbvio e pertinente que era só para inglês ver. E sim eles viam, mas não enxergavam.
Hoje, muito tempo depois, o Brasil ainda copia costumes, leis, palavras,idéias e príncipios de uma cultura, de uma nação de diferentes cotidianos, condições e situações... e até talvez aspirações... da língua inglesa... mas sem o sotaque britânico.
Os Estados Unidos da América, um deus do Olimpo para o povo brasileiro que voa muito longe e alto assim como nossos sonhos. Alguns são radicais, totalmente anti-americanizados, não frequentam nem o Mc Donald´s... outros são mais sãos, digamos, mais neutros... Afinal, estamos vivendo numa era, num canto, num momento extremamente globalizado... e não existe lugar algum que não tenha um Mc Donald´s.
E agora com os jogos panamericanos... quem vai querer experimentar o exótico, o culto, o diferente, o fascinante? (Particularmente, eu, cidadã brasileira prefiro um "hamburguer" que um vatapá. )
A globalização existe sim, mas não existe ao mesmo tempo. É como uma pessoa que simplesmete respira oxigênio, existe, mas não vive. Um estado meio vegetativo... e que às vezes dá um sinal de batimento cardíaco.
Em época de Campeonato Mundial, todo o mundo vai assistir, viajar, torcer. Tailandeses, africanos, chineses, italianos, irlandeses, mexicanos... e principalmente, brasileiros, torcendo por um único motivo. É uma verdadeira confraternização de povos, abraços e bebidas... até outras coisas também.
Mas algo que é fútil. Uma briga em defesa do time não acrescenta nada na sua vida, apenas dimunui a vida útil de seu fígado tão nervoso.
E algo também totalmente ridiculo, absurdo, desnecessário... investir milhões em esporte para entretenimento dos estrangeiros?

Que eu saiba, sou eu, você, nós cidadãos brasileiros que habitam a terra onde cantam e desencantam o sabiá. É a mãe brasileira que fica na fila por uma vaga na escola, é o aposentado brasileiro que sofre para ser atentido no hospital, é o trabalhador brasileiro que faz sacrificios para sobreviver com migalhas, são as crinaças brasileiras que têm o futuro em dúvida.
É o brasileiro que sofre nesta merda, enquanto os estrangeiros se divertem com nossas putas, bebem nossa caipirinha, roubam nossas raízes... e os ingleses ficam vendo.